J. Bras. Nefrol. 2017;39(4):406-12.

Variáveis associadas a congestão pulmonar avaliada por ultrassonografia em diabéticos submetidos a hemodiálise

Paulo Roberto Santos, José Antonio de Lima Neto, Raimundo Aragão Aires Carneiro, Antônio Igor Taumaturgo Dias Soares, Wanessa Ribeiro de Oliveira, Juliana Oliveira Figueiredo, Narcélio Menezes Silva Filho, Thais Oliveira Silva

DOI: 10.5935/0101-2800.20170073

Introdução:

A ultrassonografia é um método emergente e ainda raramente utilizado na avaliação da congestão pulmonar. A congestão pulmonar é um importante fator de risco para eventos cardíacos e óbito entre pacientes com doença renal terminal (DRT) em hemodiálise (HD).

Objetivo:

Foram investigadas as possíveis variáveis associadas a congestão pulmonar em indivíduos diabéticos com DRT em HD, utilizando a ultrassonografia torácica para detectar água extracelular nos pulmões.

Métodos:

Foram estudados 73 pacientes com diabetes como causa primária de DRT submetidos a HD regular. A congestão pulmonar foi avaliada pela contagem do número de linhas B detectadas por ultrassonografia torácica. O estado de hidratação foi avaliado por análise de bioimpedância e a função cardíaca por ecocardiografia. O índice de colabamento da veia cava inferior (VCI) foi medido por ultrassonografia. Todos os pacientes foram classificados segundo a escore da NYHA. Foram analisadas as correlações entre o número de linhas B e variáveis contínuas e as comparações entre o número de linhas B em relação às variáveis categóricas. Regressão linear multivariada foi utilizada para testar as variáveis enquanto preditores independentes do número de linhas B.

Resultados:

Nenhuma das variáveis relacionadas a estado de hidratação e função cardíaca apresentou associação com o número de linhas B. Na análise multivariada, apenas o índice de colabamento da VCI (b = 45,038; p < 0,001) e as classes da NYHA (b = 13,995; p = 0,006) foram preditores independentes do número de linhas B.

Conclusão:

A avaliação clínica baseada na classificação da NYHA e na medição do índice de colabamento da VCI foram mais confiáveis do que a análise de bioimpedância para predizer congestão pulmonar.

Variáveis associadas a congestão pulmonar avaliada por ultrassonografia em diabéticos submetidos a hemodiálise

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