J. Bras. Nefrol. 2017;39(4):433-40.

Fatores associados à mortalidade hospitalar em pacientes com transplante renal admitidos na unidade de terapia intensiva com insuficiência respiratória aguda

Rafael Mendes da Silva, Flavio Geraldo Rezende de Freitas, Antonio Tonete Bafi, Hélio Tedesco Silva Junior, Bartira de Aguiar Roza

DOI: 10.5935/0101-2800.20170076

Introdução:

Os pulmões são frequentemente envolvidos em uma variedade de complicações após o transplante renal. A insuficiência respiratória aguda (IRA) é uma das manifestações mais graves do envolvimento pulmonar.

Objetivo:

Descrever as principais causas de IRA em pacientes transplantados de rim que necessitaram de cuidados intensivos e identificar os fatores associados à mortalidade.

Métodos:

Estudo retrospectivo que avaliou pacientes adultos com diagnóstico de insuficiência respiratória aguda internados na unidade de terapia intensiva (UTI) de um centro com alto volume de transplantes, no período de agosto de 2013 a agosto de 2015. Dados demográficos, clínicos e características do transplante foram analisados. Análise de regressão logística multivariada foi realizada para identificar os fatores associados a mortalidade hospitalar.

Resultados:

Foram incluídos 183 pacientes com idade de 55,32 ± 13,56 anos. 126 (68,8%) receberam rim de doador falecido e 37 (20,2%) tiveram histórico prévio de rejeição. O SAPS3 de admissão na UTI foi de 54,39 ± 10,32 e o SOFA de 4,81 ± 2,32. A principal causa de internação foi pneumonia comunitária (18,6%), seguida de edema agudo de pulmão (15,3%). Infecções oportunistas foram comuns, como pneumocistose (9,3%), tuberculose (2,7%) e citomegalovírus (2,2%). Os fatores associados a mortalidade foram necessidade de vasopressor (OD 8,13, IC 2,83-23,35, p < 0,001), ventilação mecânica invasiva (OD 3,87, IC: 1,29-11,66, p = 0,016) e SAPS3 (OD 1,04, IC 1,0-1,08, p = 0,045).

Conclusão:

Pneumonia bacteriana foi a principal causa de insuficiência respiratória aguda com necessidade de cuidados intensivos, seguida por edema agudo de pulmão. Necessidade de vasopressor, ventilação mecânica invasiva e SAP3 foram associados a mortalidade.

Fatores associados à mortalidade hospitalar em pacientes com transplante renal admitidos na unidade de terapia intensiva com insuficiência respiratória aguda

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